Minhas fanfics estão inseridas no universo de Harry Potter, mais especificamente na Época dos Marotos, alguns dos personagens que, acredito, temos mais liberdade em trabalhar.
Baseada na cena da Penseira no 5º livro da série, em algumas fics que já tinha lido e em uma música do desenho Hércules da Disney, surgiu minha primeira história: Não Direi que é Paixão (não por acaso, o mesmo título da música). Ao todo, levou quase 6 anos para ser publicada no fanfiction.net, entre colégio, cursinho, vestibular e início da faculdade, com 2 anos que precisei ficar afastada. Há um ou outro clichê, cenas de filmes, séries ou livros que pareceram interessantes de serem citados, além de versos de músicas e, claro, o material original, que é o centro da fic.
Não sei o quanto é perceptível, mas o jeito de escrever mudou consideravelmente do início até o fim, e só não mudou mais, porque todo o esqueleto da história já estava pronto quando comecei a postar. Fora os anos que se passaram para mim como autora, algumas características dos personagens se alteram ao longo do enredo, assim como os acontecimentos relatados.
Um exemplo:
Início:
No final daquela tarde, os marotos se dirigiram ao fundo do salão comunal. Ainda não tinham se sentado quando viram o quadro se mexer e uma Lílian furiosa adentrar o aposento.
-Ai, meu Merlim. O que é isso? – perguntou Tiago
-Confusão. – respondeu Sirius
-Gritos. – falou Pedro
Ela se aproximava.
-Problema
-Berros.
Estava cada vez mais perto.
-Complicação.
-En...
-Tá, já entendi. – falou Potter
-...crenca e das grandes. – terminou Sirius.
-Vocês têm problemas? Ou o ego de vocês é tão grande que não cabe um pingo noção na cabeça de vocês. – ela explodiu
-An... Evans – Tiago não achou seguro chamá-la de qualquer outra coisa.
-A troco de quê vocês modificaram a minha poção?
Mais para o fim:
Uma nova música começa com som de sinos e um ar de mistério. Ela decide parar de fazer passos aleatórios e dançar a música toda.
Com movimentos lentos seguia o ritmo da música que adquire o tom de uma música celta. Os movimentos de seus braços eram suaves, os de suas pernas precisos. As mãos e os cotovelos brincavam no ar como se aquilo fosse simplesmente fácil. Os pés se mexiam graciosamente sem quase saírem do lugar. Aqui e ali um giro delicado.
Os acordes se tornaram mais agitados e Lily também dançava mais rápido, por vezes executando pequenos passos que lembravam sapateado. Agora ela se deslocava mais pela sala, mais saltos e mais giros. Nenhum de seus movimentos perdeu em graciosidade, era tão leve… Toda força necessária era mascarada com beleza…
Por aqueles instantes, não se lembrava de nada, nada mais importava. Ela estava em um lugar de onde nunca mais gostaria de sair, era como se sonhasse acordada.
Não apenas seus braços e pernas acompanhavam as notas, como também a expressão de seu rosto. Era alegre e seus olhos faziam aquela coreografia parecer algo vivo. A cada batida mais forte ela executava um salto.
O lugar era iluminado por algumas velas, as quais projetavam diversas imagens da bailarina grifinória. Elas se fundiam parcialmente na parede criando um ar de conto de fadas.
A música tem uma parada repentina e recomeça com sons de um lento violino. A face dela adquire uma expressão mais sonhadora, as mãos desenham delicadamente no ar.
Novamente o ritmo acelera. Lily fecha os olhos ao iniciar uma seqüência de giros atravessando a sala. Ao abri-los novamente para olhar seu reflexo no espelho...
Foi muito divertido ir recebendo os comentários conforme a fic ia sendo publicada. Um dos capítulos (curto, é verdade) não estava planejado e foi inserido por sugestão de uma leitora.
A experiência constante de ir aprendendo a colocar situações e sentimentos em palavras é impagável.