Aviso: contém spoilers
O cenário é o reino fictício de Danland (interessante pensar que o nome do primeiro rei foi "Dan", e sendo "land" terra...), mais especificamente em uma província rochosa e longínqua, o Monte Eskel. O cotidiano do local gira em torno da estração de um tipo de pedra chamada cantaria, e todos os habitantes estão, de alguma forma, ligados à pedreira. A única excessão a isso parece ser a pequena Miri, uma menina de catorze anos proibida pelo pai de trabalhar na pedreira.
Miri mora com o pai e a irmã mais velha, Marda. Sente-se inútil no vilarejo por apenas cuidar dos afazeres da casa e cuidar das cabras. Insiste com o pai para que a deixe trabalhar na pedreira como todos, porém ele não cede. De tempos em tempos aparece uma caravana de mercadores para trocar as pedras extraídas por mantimentos a preços caros.
No momento em que a história começa, uma dessas caravanas está para chegar. Contudo, junto chega o mandatário-mor, trazendo uma mensagem do rei: os padres haviam feito um conclave e divisaram o local de onde viria a noiva do príncipe, o monte Eskel - para a surpresa de muitos em Danland. Por isso, é montada uma academia nos arredores da aldeia para preparar todas as moças de 12 a 17 anos para o encontro com o príncipe. Teriam um ano para se preparar, ao cabo do qual, sua Alteza escolheria uma delas. No começo, nem as meninas queriam ir, nem as famílias queria permitir, mas como era a lei, tiveram de concordar.
Em torno de 20 são levadas para a academia e ficam sob a tutoria de Olana, uma mulher estremamente rígida. Ali, devem aprender a ler, a dançar, além de regras de Conversação e Diplomacia, e algo sobre História e Comércio. A estudante que mais se destacasse seria considerada a princesa da academia e receberia um primoroso vestido para usar no baile em que conheceriam o príncipe.
O início dos estudos não é nem um pouco fácil, com pequenos erros e liberdades sendo punidos pela professora de modo veemente com palmatória, horas de reclusão em um quartinho completamente escuro e outras coisas do gênero. Após a primeira semana, todas estão ansiosas para voltar e passar um dia em casa, mas ao tentar ajudar uma das meninas, Miri se indispõe com Olana, e a tutora impede que elas voltem. Era a última chance delas antes de chegar o inverno rigoroso e as garotas acabam presas na academia por meses. Por isso e pela falta do convívio do trabalho na pedreira, Miri se sente longe das outras e assim, acaba passando os momentos livres estudando. Com o tempo, a convicência entre elas melhora, em parte unidas contra os castigos que recebem.
A primavera finalmente chega, Olana aplica uma prova para ver quem poderá voltar para visitar os pais. Poucas passam. De um jeto muito original, todas se comunicam e decidem fugir e correr encosta acima até suas casas. Olana diz que se elas forem, não poderão voltar. De volta à aldeia, Miri encontra Peder, um amigo desde a infância que agora anda deixando-a sem graça apenas por estar por perto.
Terminado o feriado de primavera, as meninas devem decidir se tentarão voltar, ou não. Decidem tentar e surpreendem Olana ao se utilizar das regras de Diplomacia ensinadas por ela. Conseguem, inclusive, termos mais plausíveis para as aulas.
Miri começa a considerar a ideia de se tornar princesa. Poderia dar uma vida mais confortável para o pai e a irmã, sem que eles quase tivessem de passar fome no inverno, e ela poderia se sentir mais útil no que na aldeia. Mas casar com alguém da planície...? Outras também estavam considerando mais seriamente a possibilidade e uma certa competição se forma entre algumas.
Em meio a todas as coisas novas que Miri está aprendendo, duas chamam atenção:
Uma, ao ler o livro sobre comércio, descobre que a pedra de cantaria é muito mais valiosa do que seu povo podia imaginar, e ela sugere que eles cobrem mais caro pelo produto.
A outra nada tem a ver com os ensinamentos da tutora, mas com algo que a garota aprende sozinha. Ela sempre ouvira falar sobre a linguagem da pedreira, uma forma de se comunicar sem falar e que tinha a ver com a pedra de cantaria. A princípio é meio difícil entender o que a autora quer dizer com isso, mas conforme a história se desenrola, fica mais claro e apenas lendo o livro para entender.
O ano se passa e o aguardado/temido baile chega. Muitas coisas estão por acontecer. Quem será a princesa da academia? Como será o príncipe? Quem lhe chamará atenção? No fim, quem será a escolhida? Como seria deixar o Monte Eskel para morar na planície?
Quando parece que a narrativa terminará do mesmo modo mais ou menos tranquilo que começou, ocorre uma reviravolta na academia. Será que a linguagem da pedreira poderá salvá-las?
Ao contrário do que pode parecer ao ler a sinopse da capa do livro, o final certamente não é previsível e traz assuntos como sobre reconhecer onde está seu próprio valor, além de amizade, convivência, entre outros temas.
O lobo não vacila antes da mordida Então vai.
O falcão não hesita antes do mergulho Então vai.