Querida Ella,
Impaciência não é geralmente minha fraqueza, mas suas cartas me atormentam. Elas me fazem ter vonbtade de selar meu cavalo e partir para Frell, onde eu faria você se explicar.
Suas cartas são divertidas, interessantes, atenciosas, e (às vezes) sérias. Fico extremamente feliz em recebê-las, ainda assim, elas me trazem tristeza. Você fala pouco do seu dia a dia; não tenho ideia de como você se ocupa. Não importa, gosto de tentar adivinhar o mistério. Mas o que realmente quero saber, você também não diz: o que sente, embora eu tenha lhe dado pistas do tamanho da minha consideração.
Você gosta de mim. Não perderia seu tempo ou papel com alguém que não gostasse. Mas acho que a amo desde a primeira vez que a vi, no funeral de sua mãe. Quero estar com você para sempre e mais além, mas você escreve que é muito jovem para se casar, ou muito velha, ou muito baixa, ou está com muita fome - até que eu amasso suas cartas em desespero, só para depois esticá-las novamente para uma décima segunda lida, procurando por significados ocultos.
Meu pai pergunta frequentemente em suas cartas se estou interessado em alguma jovem ayorthiana ou alguma jovem de nossas relações em casa. Eu digo que não. Acho que estou confessando uma outra falha: orgulho. Não quero que ele saiba que estou amando, se meu afeto não for correspondido.
Você o encantaria, e à minha mãe também. Eles seriam completamente seus, assim como eu sou.
Que noiva linda você será, com quem quer que se case e com qualquer idade. E que rainha, se eu for o marido. Quem tem a sua graça? Sua expressão? Sua voz? Eu poderia exaltar suas virtudes infinitamente, mas quero que você termine de ler e me responda logo.
Hoje não posso escrever sobre Ayortha, ou meus feitos, ou mais nada. Só posso enviar essa carta e esperar.
Amor (é um alívio escrever essa palavra!), amor,
Char.
Ella Enfeitiçada - Gail Carson Levine
Nenhum comentário:
Postar um comentário